quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A vida como ela é...

O título deste post é rodriguiano, assim como o conteúdo.
Um descrição enriquecedora (e ácida) das características dos profissionais da área da publicidade e suas atividades cotidianas (ou quase).
Mais um viral recebido e propagado para uma leve desopilada no fígado.



A verdade sobre os publicitários
(autor desconhecido)

Criação: são exatamente o tipinho que as pessoas que não conhecem nenhum publicitário imaginam como sendo um publicitário. Consideram-se o cérebro da agência de publicidade, mas na realidade são os primeiros na cadeia alimentar, diariamente estuprados por todos os outros setores da agência. Porém, estrategicamente a diretoria os oferece vagas no estacionamento, os melhores computadores disponíveis, liberdade de chegar mais tarde no trabalho (um pouquinho mais tarde), e mais algumas regalias baratas e dispensáveis, o que os fazem acreditar que são o setor de maior prestígio dentro da agência. É uma prática comum dentre os criativos se masturbar olhando o espelho, uns chegam até a levar ao banheiro um espelhinho de mão escondido no meio da revista Meio & Mensagem. Dividem-se em alguns cargos/castas que variam de nome e função dentre os tipos de agência, mas que de modo geral são:

Redatores: vestem preto ou casacos Adidas, usam tênis coloridos e têm cara de nerd . São pseudo-intelectuais insuportáveis, acreditam saber mais do que todo mundo em absolutamente QUALQUER assunto. Adoram supervalorizar o próprio trabalho a ponto de demorar 3 horas para decidir se no "Compre já!" deve entrar uma exclamação ou não. Trabalham anos e anos em troca de salários mínimos, com o sonho de ganhar prêmios e dinheiro. Quando isso ocorre (se um dia ocorrer), já estão velhos, impotentes e flácidos demais para poder aproveitar. Decidem então se dedicar a escrever um livro genial, brilhante e revolucionário, que nunca será publicado.
Diretores de arte: Fumam maconha, usam calças jeans rasgadas, tênis all-star sujo e geralmente possuem brincos ou tatuagens. Reclamam o tempo inteiro sobre tudo. Às vezes saem pra almoçar apenas para reclamar: reclamam do trabalho, do clima, do atendimento do garçom, da própria barriga que não pára de crescer. Possuem olheiras e cara de sujo que são, além de estilinho, decorrentes das centenas de noites em claro e finais de semana dedicados a anúncios que não servirão pra nada além da inscrição em prêmios que só outros publicitários verão, ou para grandes e memoráveis obras de arte como o selo de "Saldão de Natal". Consideram-se grandes artistas, mas quando chegam aos trinta e muitos, frustrados com a carreira dedicada a campanhas "humanizadas" de lojas de departamento ou bancos, montam uma confecção de camisetas moderninhas e "com conceito".

Diretores de criação: "Vai tocando aí e no domingo de tarde a gente dá uma olhada". "Ainda não temos. Pensem mais nisso durante a madrugada e amanhã de manhã a gente vê". "Sei que é chato, mas vamos precisar da força de todo mundo nesse feriado. É uma concorrência muito importante que se rolar, vamos poder contratar mais gente pra dasafogar vocês e dar uma ajeitada no salário da galera". Se você nunca ouviu frases assim, não conhece nenhum diretor de criação. Esses sujeitos estão para o Yoda assim como os redatores e diretores de arte estão para os jedis. O Yoda já foi um grande jedi um dia, acumulou grande poder e conhecimento, mas acabou por virar um monstrinho velhinho e recluso que se esconde em um pântano. Um dia um garoto ambicioso com potencial para virar o mais poderoso jedi vai encontrá-lo, receber seus ensinamentos e depois da morte do mestre Yoda, vai ter sua companhia como um espírito que opina e se intromete, até que o mesmo aconteça com ele.

Atendimento: "Cara, se a gente não fizer isso, vamos perder a conta!". "Varejão! Cores fortes, título chamativo, splash falando da novidade e bastante destaque no logo e site". "Devemos criar uma comunicação criativa, envolvente e impactante. Porém não temos verba e nem prazo.". Essas frases são típicas tanto na fala quantos textos do profissional de atendimento. Provavelmente em seus teclados, cada um dos F (F1, F2, etc) é o atalho com uma dessas frases. Possuir um sorriso maroto e ser mais escorregadio que um sapo besuntado de manteiga são pré-requisitos para ser um profissional de atendimento bem-sucedido. Normalmente não conseguiram entrar na área de criação e fazem de conta que são importantes na agência. Vivem em sites de conteúdo compartilhado falando mal do pessoal da criação. Classificam-se hierarquicamente como segue:

Estagiários: tiradores de xerox, digitadores, carregadores de pasta e aprendizes de técnicas de furtividade. Por um incrível fenômeno da economia brasileira, ganham 500 reais de salário mas dirigem um C3 0Km e têm uma renda mensal que ultrapassa os 3000 reais. E, por uma coincidência incrível, seus pais são clientes dos seus colegas de outro grupo de atendimento, que sentam a uns 4 metros pro lado.

Assistentes: basicamente fazem o trabalho dos executivos e gerentes de conta, mas ganham o mesmo que a babá dos mesmos.

Executivos: nesse ponto da carreira já são peritos nas disciplinas ninja de furtividade e das bombas de fumaça. O uso de outras pessoas como escudo humano e as zarabatanas com dardos envenenados já é prática comum.

Gerentes: a única diferença do gerente de conta para um executivo de conta é a espetacular coincidência de ele ser amigo pessoal do diretor de atendimento.

Diretor de conta: são como todo mestre ninja em filmes de ação dos anos 80. À primeira vista, são beberrões e bon vivants, mas no momento de perigo revelam-se grandes mestres do subterfúgio.

Diretor de atendimento: são o Kaiser Sose da propaganda. Alguns funcionários dizem que não passam de uma lenda. Outros dizem que são ninjas tão poderosos que ninguém os vê, ninguém os ouve, mas todos ficam sabendo de seus incríveis feitos.

P... acéfala: São um tipo curioso de profissional de atendimento, pois são denominados como qualquer um dos cargos citados acima, porém possuem designações completamente diferentes. Suas atividades se resumem a sorrir, vestir decotes e roupas justas, abaixar para pegar coisas estrategicamente derrubadas em frente a clientes e permancer alcoolizadas em festinhas e happy hours que contam com a presença de clientes e membros da diretoria.

Mídia: o dia do mídia geralmente segue um padrão muito particular, independente do sujeito ser estagiário ou diretor de mídia. Eles chegam na agência 9:30, até as 10:45 olham os e-mails pessoais, os e-mails de sacanagem, as notícias, sites de fofoca, o horóscopo, o guia da tv a cabo e, por fim, os e-mails de trabalho. Aí é o momento aonde vão até a copa pegar um café e bater papo até umas 11:30.
Então começam a decidir aonde será o almoço, que só voltam depois das 14:30. Até as 15:30 é tempo mais do que suficiente para escovar os dentes, ir ao banheiro, conversar sobre como o almoço foi gostoso e olhar mais e-mails pessoais. Aí então é hora de pegar no batente. E dá-lhe números, tabelas e valores até as 17:00, quando param para aproveitar os doces, cestas, bolos, chocolates e diversos outros mimos que receberam dos veículos de mídia (canais de tv, revistas, empresas de mídia exterior, etc). Depois, até as 18:00, é hora de combinar com os amigos sobre o show do Eric Clapton, do qual ganharam de algum veículo vários convites para o camarote VIP. Como nessa hora os colegas de outros setores da agência ainda estão trabalhando, costumam ir acompanhados de outros mídias de outras agências.

Planejamento: esses indivíduos, que costumam se auto-intitular “planners”, são de fato os verdadeiros gênios da propaganda. Não por suas realizações profissionais (que na verdade não são nada mais do que pura encheção de lingüiça), mas por terem convencido o mercado inteiro que, para realizar o seu trabalho fantasticamente genial, não podem ter sua brilhante mente perturbada por problemas mundanos como prazos e baixos salários. Ganham razoavelmente bem, chegam tarde, fazem 3 horas de almoço, vão embora cedo, entram em sites de qualquer besteira o dia inteiro com o argumento de estarem pesquisando as tendências do momento e, aos 40 minutos do segundo tempo, montam um power point recheado de expressões em inglês que não fazem muito sentido ( “out of the box”, “apettite appeal”, “brand development”) e ensaiam uma apresentação para o cliente com explicações e defesas tão enroladas e absurdas que o mesmo, com vergonha de fazer papel de estúpido, classifica como genial e os aplaude de pé.

Estúdio, RTV, Produção Gráfica e Tráfego: o dia a dia dessas áreas da agência fariam o Jack Bauer sentar num canto e chorar. Ganham miseravelmente mal, trabalham em condições desumanas e lidam diariamente com todo o tipo de explosivos, animais venenosos, ataques terroristas e invasões de extraterrestres, geralmente encaminhados a eles pelo pessoal do atendimento. E, para piorar, enquanto tentam matar um tiranossauro com um canivete, ainda precisam aturar o pessoal da criação criticando a cor desbotada do cabo do canivete e insistindo na maneira conceitualmente correta de se desviar de uma abocanhada do gigantesco animal.

Presidência e Vice-presidência: autênticos deuses do Olimpo. Ficam lá em cima se divertindo às custas dos pobres mortais, inventando desastres naturais, guerras e maldições. Só descem ao mundo dos mortais para possuir as mais belas donzelas ou deixar seus nomes marcados nas grandes batalhas, nas quais não podem se ferir.







2 comentários:

Ulisses R. Pinto disse...

Entendeu pq eu leio tanta teoria?
Planejamento!
Eh vida dura!
KKKKK
Ficou legal
Parabéns!
E lembrem-se sempre:
Dia a dia de Publicitário é um jogo de azar.
Portanto seja a banca!

Unknown disse...

Neh??!!